Vera Loca: rock independente, pop perfeito



Foto: Fabian Gloeden/Divulgação


Trilhar a via do independente, no Brasil, nunca foi fácil. Porém, os gaúchos da Vera Loca têm mostrado fibra e, o melhor, competência nisso. Seus últimos trabalhos atestam predicados suficientes para nos certificar de que são uma banda boa. Fabrício Beck, Hernán González, Filipe “Mumu” Bortholuzzi, Luigi Viera e Diego Dias lançaram este ano um novo CD de inéditas, A Certeza de Como Valeu Navegar Nesse Mar. O repertório paira por climas tranquilos e inclui Humberto Gessinger numa música.

A banda completa 15 anos em 2017. Pensando a esse aspecto, o álbum soa um tanto reflexivo. Tem algo a ver?
Fabrício (F) - Acredito que sim. O mais curioso é que são composições dos cinco integrantes. Ainda não tínhamos tido esse rendimento autoral de todos da banda. Vivemos, de fato, uma nova etapa da vida pessoal, e isso vem se refletindo na música.

Luigi (L) - Não de uma maneira proposital, mas essa temática “reflexiva” aparece com frequência no disco. É mais como uma consequência natural do momento de nossas vidas do que uma imposição de ter que compor algo pensando nos 15 anos de estrada.

Vocês investiram em canções mais tranquilas. O quanto Acústico influenciou nisso?
L - A escolha do repertório surgiu de um longo período – cerca de 12 meses em cima de mais de 40 ideias. O que contribuiu para essa faceta foi nosso momento mais “tranquilo”. Somos cinco pessoas que aprenderam mais a lidar uns com os outros e a deixar a inspiração se desenvolver da melhor maneira possível. Acústico faz parte disso como um ingrediente entre outros.

Pode Ser Pra Sempre e Todo Amor Que Cabe em Nós mostram uma forte sintonia com o pop moderno. Que tipo de banda vocês têm ouvido?
F - Cada um curte um estilo. Eu não tenho ouvido tanta coisa nova, mas estou ligado em tudo o que tem rolado.

L - A Vera Loca tem um consenso em relação aos gigantes (Stones, Led, Oasis, Beatles...). Particularmente tenho ouvido bastante Ryan Adams, Incubus, Beck, Powderfinger, John Butler Trio e Living End.

Amanhã Pode Ser Bem Melhor conta com Humberto Gessinger. Como ele foi parar no disco?
F - O Humberto é um grande ídolo. Já havíamos o convidado para a gravação do DVD de 10 anos, mas ele tinha show em Manaus na data. Então, surgiu a ideia de convidá-lo para participar do disco. Ele topou na hora. Foi supersimpático e se prontificou a gravar o clipe também. Recentemente abrimos um show dele em Curitiba. Casou lindamente a dobradinha!

Qual é o tipo de perspectiva com a qual a Vera Loca costuma trabalhar sua carreira?
F - Seguimos firmes, com os pés no chão, focados no trabalho e sem nos vendermos para tendências e modismos. Tentamos mostrar o máximo de honestidade. É bem legal quando um fã espera pelo próximo disco. Sabemos da expectativa, e isso não deixa de ser um combustível para seguirmos.

L - A perspectiva é uma só: fazer o maior número de shows possível e alcançar cada vez mais pessoas nesse Brasil gigante. No fim, tudo o que fazemos é para estar em cima de um palco, tocando para uma ou 20 mil pessoas.

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