VAN HALEN: A VOLTA DOS QUE FORAM... PARA ONDE MESMO?
O novo single do Van Halen foi o grande destaque desta semana, junto com a triste notícia do câncer de Tony Iommi (caramba! Tanta gente execrável por aí, rindo de nossa cara de paga-lanche, e o câncer ainda prefere pegar as boas criaturas que habitam o planeta. Vai entender essa lógica sem lógica pela qual segue a vida).
Mas enfim... o Van Halen voltou! Parece que sim, né? Você já ouviu o novo single deles, 'Tattoo'? É simplesmente uma puta canção de hard rock! Tem todos os elementos de que gosto e que tanto marcaram o estilo, especialmente o da banda. Além do balanço irresistível e do som de guitarra distorcido, mas nada irritante, temos um conjunto letra+refrão+solo muito bom.
Assim como coloquei na resenha que escrevi para o site da Guitar Player, ainda não consegui parar de ouvir "sem parar" essa música, entendeu? Se 'A Different Kind of Truth', o novo disco do quarteto, seguir essa mesma linha, será facilmente transformado em um clássico – pelo menos, irá merecer. E melhor: tirando o baixo, que está nas mãos do filho de Eddie Van Halen, o gordinho Wolfgang, a formação é a original, com Eddie, Alex Van Halen (bateria) e David Lee Roth (vocal), que não grava um álbum inédito com a trupe desde o obrigatório '1984' (1984).
Como qualquer um poderia prever, logo apareceram os especialistas em atirar merda no ventilador. Depois de 'Tattoo' ganhar a mídia, houve quem acusasse a banda de reaproveitar uma antiga composição nunca lançada. Eles teriam recauchutado a tal 'Down in Flames', outtake oriundo de 1977. Quem vasculhar vídeos na internet verá que realmente ambas as canções são bem parecidas. Mas e daí?
Não vejo problema algum nisso. A antiga música não chegou a ver a luz do dia em um lançamento oficial, é deles e soa muito bem, então por que não podem melhorá-la e incluí-la em seu novo disco? Acho bem mais saudável fazerem isso a simplesmente transformá-la em bônus de uma reedição especial de qualquer um de seus discos para garfar uns trocados a mais. Isso soaria faturar em cima da própria falta de criatividade.
Por outro lado, também não posso deixar de concordar com quem reparou, e muito bem, que a capa divulgada de 'A Different Kind of Truth' é praticamente uma cópia da que saiu com o disco 'Movin' On', de 1975, dos mestres do funk Commodores. A semelhança chega a dar azia de tão berrante. Posso estar errado, mas até aqui, ninguém do Van Halen disse se tratar de uma homenagem – e, pra mim, homenagem que não se anuncia vira plágio (veja as duas capas aqui)
Tem tanto artista bom e criativo pelo mundo que ainda estou sem entender essa do Van Halen. Espero que a derrapada pare na arte de capa, pois boto muita fé no repertório novo. O rock anda tão chato que, quando no fim do túnel surge uma luz (mesmo vinda de um palito de fósforo), acabo apostando todas as minhas fichas. Eu e muitos por aí – talvez até você também! Torço para que o grupo volte seja lá de onde se enfiou e consiga se reconectar à sua veia sempre criativa para manter certa regularidade em seus próximos trabalhos.
Bom, vamos esperar até fevereiro para ver. Será no mês que vem o lançamento de 'A Different Kind of Truth'. Enquanto isso, vou continuar ouvindo 'Tattoo' sem parar...
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