AH, ESSA PREGUIÇA!


A preguiça é foda! Parece prostituta apaixonada ou a amante traíra – o que dá no mesmo! Ela te procura quando não deve, chega a ser inconveniente. Te tenta, seduz e atormenta, sabe que não pode estar ali e, ainda assim, não vai embora nem a pau. Nos faz embarcar em distrações com coisas, às vezes, interessantes, mas normalmente idiotas. Só coisa banal.

A preguiça te procura no trabalho, nos finais de semana e até em casa, quando você chega cansado à noite. Em determinados casos, ela realmente te complica a vida. Daquele jeito em que temos que fazer de tudo para disfarçar. Já passei por cada uma... E quando ela resolve te dar um alô na hora do bem-bom? Ok, tá certo, é mais difícil isso acontecer... Mas acontece! Aí, temos que dar cada desculpa que chega a assustar o grau de criatividade.

Agora, também não dá para negar que, no fundo, no fundo, gostamos da preguiça. É aquele mal necessário – às vezes, pelo menos. Ela é aquela companhia perfeita para as horas em que se pode não querer fazer qualquer coisa além de nada. Quando estamos com ela, e curtindo a sua presença, desligamos os telefones, não atendemos campainha e nem chegamos perto do computador. No máximo, um filme chato ou futebol, que são dois soníferos infalíveis.

A preguiça tem seus artifícios irresistíveis. É foda! Não chega a ser um perfume ou a forma como ela aparece, mas algo que demora a ir embora. Fica com a gente durante a noite, faz companhia no café da manhã, nos segue até os primeiros instantes do trabalho e reaparece depois do almoço, como se não tivéssemos nada pra fazer. É claro que somos obrigados a enxotá-la sem qualquer elegância. Como se fosse mesmo uma prostituta apaixonada ou a amante traíra.

O pior é que temos coração mole e sempre acabamos perdoando essa tal preguiça. É um ciclo que não acaba, um mal necessário, um bem perigoso.

Henrique Inglez de Souza

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